30/07/2013 | 5 anos sem Athos
por José Leme Galvão
O delicado desenhista e sensível pintor alcançou como pioneiro notáveis vibrações arquitetônicas, resultando em obra integrada e única. Como todas as grandes obras, resulta aparentemente fácil sendo e tendo múltiplos valores artísticos nas parcerias com as arquiteturas e com os arquitetos.
Agora e sempre é nosso patrimônio, integra indelevelmente nossos espaços configura-nos quando de ambulantes pelas sombras das arquiteturas. Somos um público privilegiado, cúmplices e consumidores, como os peregrinos que tocam as pedras. Há algo de música, é obra tocável, às vezes em cantochão, às vezes uma ária, muitas vezes em pequenas e discretas peças únicas.
Assim Athos nos identifica pedaços de um grande mosaico social. Assim é a obra a um só tempo forte e poética, dedicada e delicada. Entretanto, chega a ser mais notável e pioneira por sua solubilidade nas arquiteturas, bela e discreta ou excêntrica, somando ou dividindo... Tudo dependendo de como a percebemos em cada dia, como aquele extraordinário violinista na boca do metrô é visto-ouvido pelos transeuntes como se sempre estivesse ali e para sempre estaria. Assim o reconhecemos e amamos.